A trajetória da oposição de Goianinha e suas indefinições para a eleição municipal em 2016

sábado, maio 14, 2016 pHablo Galvão 0 Comments

Os desdobramentos da crise política nacional brasileira tem deixado as eleições municipais de 2016 em segundo plano no que diz respeito aos debates políticos na opinião pública. Muito disso em função da imprevisibilidade dos últimos acontecimentos. Fazendo uma pausa nesses temas, nossa coluna abre espaço para comentar a situação atual dos grupos oposicionistas no município de Goianinha, hoje parte da grande Natal.

A oposição em Goianinha teve ao longo dos últimos anos um certo declínio na sua trajetória de ações desde que Dison Lisboa (PSD) assumiu o comando do governo municipal. De lá pra cá, já se foram mais de 14 anos e tirando a eleição que levou Lisboa ao seu segundo mandato, os oposicionistas só vieram a desempenhar um papel significante quando o vereador Alexandre Veras (PTN) foi convidado a deixar a gestão do prefeito Junior Rocha (PMDB) em 2014.

O papel da oposição desempenhado na Câmara Municipal, na firmada parceria entre os vereadores Veras e Henrique de Alfredinho (PV), deu um novo animo à parcela da população contraria a gestão e tem dado trabalho ao governo municipal como há mais de 10 anos não se via em Goianinha. E é interessante notar que quem, de uma certa forma, colaborou para isso foi o próprio presidente da Câmara na época, Dison Lisboa. Diante do cenário formado, a gestão Junior Rocha teve que se desdobrar para atenuar suas falhas que passaram a ser mais exploradas nas sessões do parlamento municipal e consequentemente nas redes sociais.

Acontece que o tempo foi passando e o cenário encontrou um novo desdobramento para a oposição que já vinha trabalhando em um único nome como certo para as eleições seguinte. Os novos acontecimentos tiraram do caminho o nome do vereador Alexandre Veras como possível unificador do grupo formado para a corrida eleitoral de 2016. E o acontecido não levou em conta o papel do vereador ao longo do tempo. No ano passado, Renato Lima (DEM) surgiu como também provável nome de pré-candidato a prefeito levantando a bandeira da oposição à gestão Junior Rocha/Dison. E aqui encontramos a primeira e mais importante indefinição que pode vir a determinar o sucesso ou não da chegada à prefeitura municipal. Até o momento, o grupo formado por Veras e Henrique não tem recebido apoio e nem sinalização de união com o grupo formado por Lima para uma possível chapa unica oposicionista para a disputa.

Nos bastidores, comentam-se, pelo que nossa coluna pôde apurar, é que por tudo que vem fazendo e desempenhando a vez tinha que ser dada à Alexandre Veras como cabeça de chapa. "Ele acordou a oposição do município. É quem vem mostrando o desgoverno Rocha e movimentando a Câmara", destaca um correligionário da união PTN/PV. Por outro lado, os partidários de Renato Lima não são favoráveis à essa possível união entre Veras e Lima pela fato da mesma ter a possibilidade de vir a prejudicar a eleição proporcional do grupo. "Não podemos servir de puxadores de votos para os candidatos de Alexandre e Henrique", dizem os pré-candidatos à vereadores do Democratas. E é com essa principal indefinição que a oposição política do município de Goianinha tem que superar para tentar sair do lugar e ter condições reais de fazer alguma coisa.

Enquanto eles não chegam a um denominador comum, ambos os grupos seguem com o seu diálogo com a população goianinhense. À favor dos dois grupos o tempo e o desgaste natural dos últimos 14 anos de um mesmo governo, liderado pelo hoje deputado estadual Dison Lisboa, no poder. Porém, se não encontrar uma solução que possa unir a oposição em torno de um mesmo projeto, vamos convir que a situação fica ainda mais favorável para os governistas que pretendem encarar a disputa com o nome de Berg Lisboa (PSD).

E o porquê digo isso? Como resposta apresento o fato que mesmo diante do desgaste do tempo, o grupo político Dison/Junior Rocha tem hoje uma bancada formada por nove vereadores na Câmara Municipal. Para início de conversa. Além disso, o grupo deles também dispõe de uma estrutura que dialoga e encontra apoio de parte significante da população. A rejeição existe e é até natural dado todas as questões em volta. Para comprovar isso temos os números que elegeram o deputado Dison em Goianinha, sendo quase a mesma porcentagem dos que deram o segundo mandato à Junior Rocha. Aí, você é livre para me questionar e dizer que o candidato deles passa por uma certa rejeição em seu nome e que ela tem ecoado no município. E aí, eu digo: tudo bem, mas vocês acham, por exemplo, que algum dos nove vereadores, mesmo rejeitando o nome de Berg para prefeito, vão ter coragem de romper com o grupo? Digo que não. Não vão. Eles podem até reclamar, mas não vão além disso. E essa questão serve também para os secretários e demais funcionários do alto escalão contrários ao nome dele, vale destacar ser principalmente de pessoas ligadas ao prefeito.

O fato existe, não nego, mas não deve ser levado em consideração porque eles do próprio grupo reclamam e mesmo assim votam com os candidatos da base Dison, é só ver todos os números das últimas eleições. Vencendo essa questão e sinceramente acredito que ele já venceu pois seu nome segue firme para a campanha. A única rejeição que possa a vir prejudicar de fato a campanha de Berg é a do prefeito Junior Rocha e mesmo isso sendo uma dificuldade real, eles vão se unir com todas as forças para levar o nome de Berg à assumir a cadeira do executivo de Goianinha. Sem nenhuma dúvida. O atual vice-prefeito não tem uma trajetória manchada publicamente que venha a prejudicar-lo na disputa. Como exemplo disso, ele saiu na hora certa antes que a secretária de Educação enfrentasse sua primeira grave dos professores. Acredito ser esse o grande ponto que deve nortear a oposição de Goianinha se deseja realmente sair pra dizer 'oi' ao município.


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